NOTA DE REPÚDIO: Presidente da Força Invicta repudia proibição de acesso às Bases de Alojamento
Na função de Presidente da Associação dos Oficiais Militares Estaduais da Bahia – Força Invicta venho a público manifestar minha indignação com o que aconteceu com o Vice-presidente desta mesma Associação, Major Copérnico Mota da Silva, bem como com membros de outras Associações. Lamentavelmente foram proibidos de acessar as Bases de Alojamento, localizadas em Salvador e Camaçari.
No último dia 25, sábado, o Major Copérnico visitou o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), localizado em Salvador, e o 12°BPM, localizado em Camaçari, e ao chegar foi informado pelos integrantes da guarda que havia ordem para não permitir o acesso dos representantes de Associações.
Por conta da situação vexatória pela qual passou o nosso Vice-presidente, resolvi que, pessoalmente, tentaria entender tal situação, nunca antes registrada. Visitei os mesmos lugares e percebi que, em consequência do ruído formado com o ocorrido no supracitado dia, a ordem foi modificada com a intenção de, quiçá, inibir qualquer rechaça por parte do Presidente ou Vice-presidente da Força Invicta – legalmente escolhidos por seus representados.
Aproveito este espaço para elogiar o comportamento adotado pelo Vice-presidente e demais Diretores das Associações, pois o equilíbrio e a postura ética com a condução do fato, não colocaram em condição delicada, os integrantes dessas mesmas guardas, que na ocasião, pediram desculpas pela situação imposta e afirmaram que estavam apenas “cumprindo ordens”.
De quem? Por quê? Ainda não sabemos, porém, qualquer que seja a motivação para tal atitude, entendo e ressalto que o diálogo ainda é o melhor remédio e desejo que comportamentos como este nunca mais voltem a acontecer.
Elsimar F. de Alcântara – Maj. PM.
Presidente
Infelizmente ainda constatamos ações vergonhosas como essas. Se somos diligentes e cuidadosos com a dignidade do cidadão e do policial, certamente não temos o que temer, ao contrário, podemos ser, neste momento, reconhecidos e honrados. Mas se não o somos, certamente seremos constrangidos a melhorar, o que deve ser lido como algo positivo, a bem da instituição, e não do ego de alguém. Mas se rejeitamos a cobrança, desletigimando a fiscalização sobre nós mesmos, sendo nós, agentes também de fiscalização da lei, precisamos duvidar se somos uma instituição preparada para atuar em uma democracia, na qual deve ser considerado natural o processo de controle externo e interno sobre qualquer instituição pública, inclusive a policial, e se não estamos a reforçar princípios tirânicos em seus fins, mas ardis em suas formas, em um aparente tratamento “respeitoso”, por isso também mais cruel, tanto no controle da violência social quanto da conduta de nossos próprios agentes. Se nós percebemos que existe um défice de cidadania, e cidadania política, na sociedade, nós também temos nossos défices nesse contexto e esta vergonhosa experiência prova que precisamos dar passos firmes na transformação dos fundamentos políticos de nossa instituição, caso contrário, não conseguiremos avançar, a partir de nós próprios, na consolidação dessa Democracia tão almejada por todos.
É simplesmente lastimável esse tipo de atitude, e por que não dizer: acéfala! Pois que poderia provocar um levante da tropa, que já tem a consciência de estar devidamente representada por suas entidades de classe. Com essa consciência e maneira de agir, não progrediremos em nossas conquistas e consolidação de direitos. Ninguém se iluda! Ainda que alguém hoje se sinta tão confortavelmente acomodado, por que entenda que seu vencimento esteja valorizado acima da média, um dia, não muito distante, certamente estará inevitavelmente defasado, principalmente desgastado pelos anos, por que este tipo de pensamento não acordou para uma consciência de categoria profissional, pois que lamentavelmente não temos qualquer garantia de direito assegurada. Isso decorre de atitudes inconsequentes desse tipo, que não contribui para o crescimento do ser humano, muito menos para o desenvolvimento profissional, de que tanto necessitamos para termos respeitada a nossa dignidade de pessoas e de profissionais que tanto sacrificam suas vidas pela sociedade.
Excelente explanação, um sutil recado aos que se mantêm presos em suas próprias cavernas da ignorância. Este são guarnecidos na truculência e na estupidez do passado, tentando sobreviver no presente, que é um novo tempo. Infelizmente a PMBA ainda mantém espaços para essa espécie rara de “dinossauros” da covardia e da subserviência.
Valeu, Hilderim, deixou uma lição de política e consciência cidadã!