A HISTÓRIA DO GUARDA PELÉ
Neste 12 de agosto de 2021, a Associação dos Oficiais Militares Estaduais da Bahia apresenta, em forma de pinceladas, a obra Guarda Pelé – personagem emblemático dos anos finais de 1960, cuja performance atraiu até mesmo os olhares e encanto da Rainha Elizabeth II. De autoria do Maj PM Raimundo Marins, o livro é quase uma biografia da vida daquele policial militar que, com sua inventividade e carisma, tornou-se um ídolo das ruas de Salvador.
O Sd PM Armando Marques da Silva, ou Guarda Pelé, como ficou popularmente conhecido (inclusive no exterior), foi daqueles que surgiram para reforçar o clichê de que “baiano não nasce, baiano estreia”. Responsável por controlar e orientar o trânsito de difíceis regiões da capital baiana, as quais cresciam paralelamente ao caos dos engarrafamentos, Pelé fez das ruas palco de habilidosas performances que misturavam movimentos militares, sinais sonoros e gestos de karatê. A desenvoltura com que conduzia seu ofício não só indicava o ineditismo para com a forma de ordenar o trânsito – que, diga-se de passagem, resolveu os problemas do seu local de serviço – como chamava a atenção de motoristas e transeuntes, os quais eram levados do espanto ao riso.
Figurando como personagem vivo em sua memória desde a adolescência, ao reencontrar com o Guarda Pelé, anos depois, o então Cap PM Marins não teve dúvidas de que aquelas lembranças mereciam mais do que estar no campo das ideias, o que o levou a escrita desta bela obra. “A figura do Guarda Pelé, inicialmente, faz parte de minha memória afetiva. Lembro-me perfeitamente, como sei que ocorre com as pessoas em torno de minha idade, do fascínio que ele representou a partir de suas apresentações no Centro da cidade do Salvador e em outros inúmeros palcos. Pelé, na verdade, era o imaginário de sucesso que passava longe daquela Bahia do começo dos anos 1970, ainda bastante provinciana e semiesquecida pelo resto do país, cujas lembranças para o lado de cá eram construídas apenas pelo sentido idílico, mesmo assim enviesado. Ter uma personalidade reconhecida aqui e em outras localidades, até mesmo no exterior, nos causava um orgulho imenso. Pelé foi, na verdade, uma simbologia perfeita da superação e do talento de um homem pobre, modesto e que aparecia tão próximo de nós que poderíamos até tocá-lo, representação bem distante dos ídolos quase inatingíveis da época”, destaca o Oficial autor da obra.
Para ele, que se declara um homem amante dos livros e que considera a leitura e escrita os dois principais pilares de toda e qualquer evolução humana, “a iniciativa da Força Invicta com o projeto Estante de Livros é meritória na medida em que proporciona divulgação desses trabalhos, os quais, muitas vezes, são conhecidos mais pelo público externo do que pelo público interno. Mas o que julgo ser de importância elevadíssima é a possibilidade de despertar no oficial, e porque não dizer a praça, a importância de se escrever. Em geral, o policial militar escreve pouco, talvez porque pouco leia. O resultado é que não temos produção acadêmica relevante, o que nos faz em muito ignorados pelos campos acadêmicos e científicos. Se queremos ser reconhecidos como cientistas em Segurança Pública, ou em até outras áreas, temos que produzir bem mais e melhor. A corporação tem talentos para isso. E essa iniciativa pode e deve servir como um despertar nessa direção”.
Ao apontar para as possibilidades que o mundo das letras pode proporcionar, Maj Marins compartilha com os leitores a obra de sua autoria, para apreciação. Acesse aqui o livro Guarda Pelé
O projeto Estante de Livros é um espaço virtual que nasceu como uma homenagem ao Dia do Escritor, celebrado dia 25 de julho, tendo como perspectiva a divulgação de obras literárias produzidas pelos filiados da Força Invicta. A periodicidade é quinzenal e o lançamento aconteceu no dia 26 de julho, com a divulgação de Catarse, de autoria do Cap PM José Carlos Vaz.
Associados interessados em divulgar suas obras literárias podem entrar em contato através do e-mail contato@forcainvicta.com.br.